Fundos de Pensão: outro poço sem fundo do PT

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Normann Kalmus
Economista liberal, Knowledge Manager, Palestrante, Mentor | dinamização e crescimento de empresas + governos no mercado nacional e internacional

Os anos de PT no poder nos fizeram perder o bonde da história. Roubaram-nos o presente e o futuro. Não vai ser nada fácil recuperar os estragos e é exatamente por isso precisamos começar logo.

Não é de hoje que eu  discuto dois temas: “Fundos de Pensão” e “Aparelhamento do Poder”. Difícil é saber qual deles tem um reflexo mais nefasto.

O Brasil está historicamente entre os países que menos dispõe de poupança interna, que é de cerca de 17% do PIB. Isso não tem nenhuma relação com o nível de desenvolvimento, mas com nossa cultura que enaltece o desfrute imediato. 

Exemplos ocorrem em todos os níveis e lugares. Até dentro de nossas casas papais e mamães se desdobram, endividam-se, para dar “do bom e do melhor” a seus filhinhos e sequer pensam em fazer contas porque, no fundo, sabem que estão cavando um buraco do qual será difícil sair. A religião costuma vir em socorro dessa gente com expressões como “Deus proverá” mas, no fundo, essa coisa de realidade não costuma estar no nosso radar mas para isso existem os economistas.

Sem poupança não há crescimento

Os dois gráficos abaixo, reproduzidos do blog de Mansueto de Almeida, são autoexplicativos. O da esquerda representa o percentual da poupança interna da Coréia do Sul em relação ao PIB. O da direita representa a mesma grandeza, só que no Brasil.

Imagem é uma coisa sensacional, não é mesmo? É fácil de constatar que o país asiático partiu de um nível de poupança zero e que, com a mesma pujança que viu crescer o PIB, aumentou o nível de poupança. Já o Brasil…

Se evidentemente há uma questão cultural envolvida, por outro lado, desde o segundo mandato de Lula estabeleceu-se a profunda crença de que a população precisaria gastar para manter o nível de crescimento da economia. Foi essa a base da “política da marolinha” ou a tal imbecil “nova matriz econômica”. Todos sabemos onde a coisa desembocou.

Mas tem coisa pior, muito pior

O problema já é sério por si só, mas como no Brasil a criatividade é grande e a sede de poder, maior ainda, o partido do governo resolveu infiltrar seus quadros em todos os setores em que houvesse dinheiro envolvido e isso, evidentemente, passa pelos fundos de pensão das empresas estatais.

O Estadão publicou na semana passada um interessante artigo que, com absoluta certeza, passou despercebido pela maioria dos leitores, já tão preocupados com os escândalos diários. O subtítulo é simplesmente assustador

Fundos de previdência como da CEF , Petrobras e BNDES registram deficit além do permitido por lei e são forçados a apresentar um plano para reequilibrar as contas, provavelmente com desconto nos benefícios.

A lista é bem maior. Na verdade, mais de 40 fundos fecharam 2014 com deficit. Nem preciso dizer que todos eles são “administrados” por algum iluminado da base de sustentação do governo.

A desculpa para esse resultado criminoso, com absoluta certeza será o “fraco desempenho da economia mundial”, mas como eles são muito previsíveis, então vamos contestar antes, usando para isso, mais dois gráficos singelos.

Funciona bem no mundo todo, menos aqui

As duas imagens foram elaboradas pela Towers Watson, que estuda fundos de pensão pelo mundo.

O gráfico da esquerda demonstra a participação dos 300 maiores fundos em relação aos ativos totais de fundos de pensão no mundo mas, o que mais interessa é perceber que os fundos se aproveitaram a imensa liquidez da economia mundial a partir de 2008 e cresceram muito seus ativos.

O segundo gráfico ilustra a evolução dos ativos desses fundos de acordo com sua origem. Veja você que em nenhum lugar houve redução dos ativos, além, é claro, de nosso país varonil.

Já não bastasse a constatação de que roubaram o nosso presente pela incompetência e má fé de nossos representantes, o resultado apresentado pelos fundos de pensão demonstram que também roubaram nosso futuro. 

E olha que até o ano passado ainda contávamos com o grau de investimento, que já não nos pertence.

Bem, meu caro contribuinte, tenho uma notícia ruim e outra pior. A ruim, é que a coisa tá feia. A pior é que vai piorar, a menos que você passe a poupar e aplicar seus recursos por conta própria.

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